O câncer é hoje uma das principais causa de morte e um desafio para os sistemas de saúde no Brasil e no mundo. Durante participação na audiência pública sobre aprovação e registro de vacinas, medicamentos e terapias contra o câncer, realizada na tarde de 2/12, pela CASCancer/Senado, a diretora de Acesso ao Mercado da Interfarma, Helaine Capucho, ressaltou que o debate sobre a doença é uma discussão sobre tempo e vida, apresentando três pilares essenciais para a incorporação de tecnologias.
O primeiro pilar é o estímulo à inovação. Segundo a diretora da Interfarma, “a inovação não só prolonga a vida, mas também gera, em média, 3,14 cópias, entre genéricos, similares e biossimilares, para cada nova tecnologia, impulsionando a indústria nacional e ampliando o acesso”.
O segundo pilar foca na Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), no qual a Conitec desempenha um papel fundamental na análise de evidências científicas. No entanto, Helaine criticou o fato de a Conitec muitas vezes não aprovar tecnologias para as quais encontrou evidências científicas de benefícios para a população devido a limitações do processo, que não prevê negociação com os fabricantes e, tampouco, previsão orçamentária para as incorporações.
O principal gargalo está no terceiro pilar: o acesso e a disponibilização efetiva da tecnologia. Mesmo com o aval científico da Conitec, a entrega do medicamento ao paciente é morosa. “Precisamos considerar o custo de não tratar as doenças. Adiar o tratamento ou esperar a progressão da doença para a metástase resulta em custos muito maiores para a saúde, para a previdência social e economia do país, além do sofrimento do paciente”, pontuou Helaine.
Participaram também da audiência Ana Carolina de Freitas Lopes, coordenadora de Monitoramento de Tecnologias em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde do MS; Maria Del Pilar Estevez Diz, diretora de Corpo Clínico do Instituto do Câncer do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Helena Esteves, gerente de Advocacy do Instituto Oncoguia; Felipe Dias Carvalho, diretor Regional de Brasília da Associação Brasileira de Tecnologia para a Saúde – ABIMED; Gabriele Luise Neves Alves, coordenadora de Pesquisa e Informação em Saúde da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – FEMAMA; Iriana Custódia Koch, vice-Diretora Administrativa da AMUCC – Amor e União Contra o Câncer; e Roger Miyake, diretor da Bristol Myers Squibb Brasil.